A cidade legislada pelas pessoas – ciclo de conversas

No próximo dia 31 de janeiro, as estratégias internacionais para potenciar o acesso a uma habitação condigna estarão em foco na Casa Comum – Reitoria da Universidade do Porto.

O geógrafo Álvaro Domingues irá modera uma conversa entre a Susana Coroado, Michaela Kauer e Leonor Duarte, onde se pretenderá envolver os cidadãos na criação de soluções mais justas. A sessão decorrá pelas 18h30 e é de entrada é livre com inscrição prévia aqui. Mais informações aqui.

Em paralelo será dinamizado, também na Casa Comum, um encontro aberto sobre a Iniciativa de Cidadania Europeia – “Habitação para toda a gente”, onde se dará a conhecer a iniciativa e como a apoiar. Mais informações aqui.

“PENSAR O COMUM: cohousing como solução habitacional”

Copyright: Mira FORUM

No passado dias 22 de outubro, o evento “PENSAR O COMUM: cohousing como solução habitacional” serviu de mote para debater a pertinência e atualidade de modelos de habitação partilhada em Portugal. Numa mesa-redonda composta pelos arquitetos Josep Maria Montaner (Barcelona) e Inka Drohn (Berlim) apresentaram-se exemplos emblemáticos internacionais de cohousing que motivaram uma discussão com o vasto auditório presente.
Este foi um evento organizado pela Fundação Friedrich Ebert em Portugal, pelo Goethe-Institut Portugal, pelo Habitar Porto e pelo Grupo Morfologias e Dinâmicas do Território do Centro de Estudos em Arquitectura e Urbanismo, da Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto (MDT-CEAU-FAUP).

Programa Ponte participa no debate sobre as ilhas do Porto

A propósito da reflexão que a Estratégia Local de Habitação tem incutido na agenda municipal, as ilhas têm  sido matería de discussão. Neste âmbito, o protocolo entre o Município e a Faculdade de Arquitetura foi notícia . No artigo, pode constatar-se a necessidade de territorializar as políticas de âmbito estatal para garantir que o que foi pensado à escala do pais possa funcionar para o caso específico de cada município. Este caminho, que subjaz o espírituo da Nova Geração de Políticas de Habitação, poderá permitir, no Porto, atingir os objetivos previstos para o programa Ponte: compatibilizar os interesses de proprietários e inquilinos através dos instrumentos disponíveis para a reabilitação de ilhas.

Programa Ponte – Apresentação

As ilhas do Porto são estruturas originárias da revolução industrial que, ainda na atualidade, constituem tanto uma solução de recurso para cerca de 10.00 moradores sem recursos, como uma oportunidade para habitar em localizações centrais com rendas acessíveis. Falamos duma forma urbana e social específica, caraterizada, em termos urbanísticos, por ocupações de elevada densidade de ocupação do solo e de baixo nível de infraestruturação e, em termos arquitetónicos, por edifícios de baixa qualidade construtiva e arquitetónica.

A reabilitação destes conjuntos em benefício dos seus moradores, mas também numa logica de qualificação do território e de acesso equânime às condições materiais para uma vida condigna, só é possível através de um difícil equilíbrio: conciliar, de maneira flexível mas sistemática, os interesses e necessidades de inquilinos e proprietários com os programas e instrumentos financeiros disponíveis e com as disposições legais e urbanísticas em vigor. Um trabalho altamente qualificado que é pouco acessível ao cidadão comum.

Tomando em consideração a realidade descrita, e surgido da cooperação institucional entre a FAUP e o Município do Porto, o Programa Ponte visa o preenchimento dos espaços entre os constrangimentos e as possibilidades existentes, utilizando como ferramenta o acompanhamento de proximidade e como matéria-prima a otimização das esferas técnica e burocrática. O projeto estrutura-se em quatro eixos:

  • Criação de um serviço de atendimento aos proprietários dos núcleos residenciais degradados, entre os que se destacam os designados como “ilhas”, com o objetivo de aumentar o parque de habitação a preços acessíveis no município;
  • Definição de um quadro de avaliação que permita determinar a solução arquitetónica, urbanística e económica mais apropriada para cada situação, facilitando o desenvolvimento e a aprovação célere das operações urbanísticas.
  • Criação de uma Unidade Mediadora que promova canais facilitadores de enquadramento das situações viáveis, agilizando o diálogo entre todos os envolvidos, assegurando respostas técnicas pautadas pelo rigor e qualidade;
  • Produção, transmissão e divulgação de conhecimento útil, que permita acumular experiência, articular atores, capacitar o tecido produtivo e promover intervenções exemplares do ponto de vista social, arquitetónico, urbanístico e económico.