Arquitetos de Família – 2ª edição – Resultados

A segunda edição do workshop “Arquitetos de família”, decorreu entre os dias 9 e 27 de setembro e foi desenvolvida em parceria com o Habitar Porto e a Junta de Freguesia de Campanhã. Este workshop contribuiu para aprofundar três objetivos essenciais: qualificar as intervenções nas ilhas, capacitar os futuros profissionais e ter um conhecimento cada vez melhor do terreno e das ferramentas que usamos para transformá-lo.

Arquitetos de Família – 2ª edição – inscrições abertas

O grupo MDT-CEAU-FAUP, em parceria com o Habitar Porto e a Junta de Freguesia de Campanhã, vai promover uma nova edição do workshop “Arquitetos de Família”. Terá lugar entre os dias 9 e 20 de setembro e estará aberto a 6 participantes.

Esta iniciativa visa que estudantes finalistas da FAUP dêem assistência técnica na reabilitação de ilhas, aprendendo em contexto real a partir do programa “Casa Reparada Vida Melhorada” e contribuindo para a criação de habitação de qualidade a custos comportáveis para a população com menos recursos.

Nesta segunda edição do workshop contaremos com a participação do Ateliermob – Trabalhar com os 99% numa sessão crítica. Os trabalhos práticos decorrerão de tarde, entre as 14:00h e as 18:30h, em local a anunciar, e serão acompanhados de um conjunto de sessões teóricas que nos permitirão diversificar a perspectiva pela qual se encara este tipo de intervenções.

As inscrições são dirigidas aos estudantes de 4º e 5º ano da FAUP. As candidaturas podem ser feitas até às 22 horas de dia 31 de agosto, através do envio do portfólio + carta de motivação para pepol@arq.up.pt.

Programa Ponte participa no debate sobre as ilhas do Porto

A propósito da reflexão que a Estratégia Local de Habitação tem incutido na agenda municipal, as ilhas têm  sido matería de discussão. Neste âmbito, o protocolo entre o Município e a Faculdade de Arquitetura foi notícia . No artigo, pode constatar-se a necessidade de territorializar as políticas de âmbito estatal para garantir que o que foi pensado à escala do pais possa funcionar para o caso específico de cada município. Este caminho, que subjaz o espírituo da Nova Geração de Políticas de Habitação, poderá permitir, no Porto, atingir os objetivos previstos para o programa Ponte: compatibilizar os interesses de proprietários e inquilinos através dos instrumentos disponíveis para a reabilitação de ilhas.

Programa Ponte – Apresentação

As ilhas do Porto são estruturas originárias da revolução industrial que, ainda na atualidade, constituem tanto uma solução de recurso para cerca de 10.00 moradores sem recursos, como uma oportunidade para habitar em localizações centrais com rendas acessíveis. Falamos duma forma urbana e social específica, caraterizada, em termos urbanísticos, por ocupações de elevada densidade de ocupação do solo e de baixo nível de infraestruturação e, em termos arquitetónicos, por edifícios de baixa qualidade construtiva e arquitetónica.

A reabilitação destes conjuntos em benefício dos seus moradores, mas também numa logica de qualificação do território e de acesso equânime às condições materiais para uma vida condigna, só é possível através de um difícil equilíbrio: conciliar, de maneira flexível mas sistemática, os interesses e necessidades de inquilinos e proprietários com os programas e instrumentos financeiros disponíveis e com as disposições legais e urbanísticas em vigor. Um trabalho altamente qualificado que é pouco acessível ao cidadão comum.

Tomando em consideração a realidade descrita, e surgido da cooperação institucional entre a FAUP e o Município do Porto, o Programa Ponte visa o preenchimento dos espaços entre os constrangimentos e as possibilidades existentes, utilizando como ferramenta o acompanhamento de proximidade e como matéria-prima a otimização das esferas técnica e burocrática. O projeto estrutura-se em quatro eixos:

  • Criação de um serviço de atendimento aos proprietários dos núcleos residenciais degradados, entre os que se destacam os designados como “ilhas”, com o objetivo de aumentar o parque de habitação a preços acessíveis no município;
  • Definição de um quadro de avaliação que permita determinar a solução arquitetónica, urbanística e económica mais apropriada para cada situação, facilitando o desenvolvimento e a aprovação célere das operações urbanísticas.
  • Criação de uma Unidade Mediadora que promova canais facilitadores de enquadramento das situações viáveis, agilizando o diálogo entre todos os envolvidos, assegurando respostas técnicas pautadas pelo rigor e qualidade;
  • Produção, transmissão e divulgação de conhecimento útil, que permita acumular experiência, articular atores, capacitar o tecido produtivo e promover intervenções exemplares do ponto de vista social, arquitetónico, urbanístico e económico.

Arquitetos de Família – Prémio de Cidadania Ativa 2019

Os estudantes da FAUP João Gonçalves, Paula Reis, Vitor Almeida e Sara Oliveira foram distinguidos na 6ª edição do prémio Cidadania Ativa da UP, na vertente Pedagógica. O caráter inovador do projeto reside na ponte criada entre o ensino e a ação social, propondo a participação de estudantes finalistas da FAUP dentro do programa Casa Reparada Vida Melhorada, promovido pela Junta de Freguesia do Bonfim.

O trabalho dos estudantes deu origem a dois resultados diferentes. Por um lado, uma reabilitação de qualidade e a custos controlados, de três casas de ilha nas Eirinhas. Por outro, a criação do workshop Arquitectos de Família, que, com coordenação do grupo Morfologias e Dinâmicas do território e do programa Habitar Porto, alargará a iniciativa a mais ilhas, permitindo que os estudante aprendam sendo úteis.

Arquitetos de Família – 1ª edição – Avaliação de resultados

A primeira edição do workshop decorreu nos meses de outubro e novembro de 2018, na Casa D’Artes do Bonfim, e contou com a participação de 15 estudantes finalistas da FAUP. Deste resultou um projeto de intervenção urgente e um plano de intervenção futuro (proposta aos proprietários de reabilitação integral a partir do programa “1º Direito”). 
O sucesso deste workshop foca-se na demostração da possibilidade do cruzamento entre o mundo académico e as necessidades reais do território. É por esta inovação que este workshop foi avaliado pelos participantes entre “bom” e “muito bom”.

Em termos de experiência docente, os participantes consideraram ter sido uma experiência positiva, pela oportunidade de trabalhar num caso real, pelos aspetos técnicos e burocráticos deste tipo de intervenções, pela multidisciplinariedade dos temas abordados, pela metodologia adotada, entre outros motivos.

Em termos de resultados, a intervenção dos estudantes permitiu qualificar a recuperação prevista pela Junta do Bonfim, em benefício da moradora da casa. A solução acordada consistiu na criação de um pátio junto à casa intervencionada, o que permitia criar uma fachada adicional para a casa (permitindo introduzir ar e luz natural no quarto) e, em simultâneo, aumentar os espaços livres na ilha e a permeabilidade do solo.

Esta solução, que teve especial cuidado em eliminar as barreiras arquitetónicas, poderá, no futuro, ser passível de uma obra de ampliação que permita, a partir da junção de duas casas, aumentar a área e aproximá-la aos standards habitacionais.

Arquitetos de Família – Apresentação

As ilhas do Porto são uma forma habitacional extremamente precária que, sendo originária da revolução industrial, tem ainda uma expressão significativa no território. Estima-se que, na atualidade, 957 ilhas alojam cerca de 10.00 pessoas de rendimentos baixos que, de outra maneira, não teriam acesso à cidade. Contudo, o valor que pagam por este acesso ao meio urbano é, elevado: áreas diminutas, condições de iluminação e ventilação muito precárias, proteção deficiente contra a chuva e a humidade, falta de segurança estrutural e contra incêndios, problemas de acessibilidade, etc. A resolução a estes problemas exige uma intervenção forte e assertiva do poder público, de modo a garantir, para os seus residentes, uma igualdade de oportunidades para a vida de qualidade, segura e saudável.

Arquitetos de família não é nem pretende ser esta ferramenta, mas acredita que as instituições públicas podem e devem contribuir para a sua criação. A iniciativa constitui-se como uma plataforma a partir da qual a FAUP, o Habitar Porto e a Junta de Freguesia do Bonfim aúnam competências para atingir dois objetivos em simultâneo: Dar respostas de qualidade a situações habitacionais de emergência e produzir conhecimento útil que permita agilizar as intervenções, diminuir preços e orientar futuras práticas e políticas de caráter mais transformador. O funcionamento de Arquitetos de Família consiste em Workshops onde, dentro das suas competências, estudantes finalistas dão assistência técnica à Junta do Bonfim, que materializa as intervenções a partir do programa Casa Reparada Vida Melhorada.

Até à data, a iniciativa contou com uma experiência piloto (nas Eirinhas) e um primeiro workshop (na Rua de São Victor). Em março de 2019, os estudantes que desenvolveram a experiência piloto foram distinguidos nos prémios de Cidadania Ativa da Universidade do Porto, na vertente pedagógica.