Programa Porta 65 comentado pelo investigador Nuno Travasso

A análise dos valores de arrendamento publicados semestralmente pelo INE provam que, fora dos grandes centros, o tetos máximos do Porta 65 Jovem são compatíveis com as atuais rendas do mercado. Mas em cidades como o Porto e Lisboa, nem sequer uma descida de 20% destes valores permitiria que o programa fosse viável. A solução não deveria passar por aumentar os tetos máximos nestes municípios: não faz muito sentido que seja o subsídio público a correr atrás dos valores de mercado à medida que estes sobem. Aqui, seria necessário haver uma intervenção mais forte à nível de Estado, e não de mercado, capaz de criar de base oferta acessível à classe média.

A descentralização como ferramenta? – Comentário da investigadora Ana Silva Fernandes

A descentralização e a transferência de competências na habitação foram notícia no passado dia 08 no Jornal de Notícias. Face aos programas que reforçam a transmissão de competências de habitação para os municípios a investigadora do grupo MDT Ana Silva Fernandes destacou a territorialização das soluções e a possibilidade de alavancar um financiamento adicional através da declaração fundamentada de carência de habitação, figura criada na Lei de Bases da Habitação.

Informação técnica ao alcance de todos

Investigadores do grupo MDT-CEAU-FAUP deram continuidade à análise do PAA, desta vez com a produção de dois mapas divulgados pelo Público que serviram de base para o debate público.
A partir da primeira imagem pode aceder ao comentário de Francisco Louçã que fala do problema da habitação em Portugal. Através da segunda imagem pode conhecer a posição do ministro das Infra-estruturas e da Habitação Pedro Nuno Santo acerca das expectativas do PAA.

Investigadores do MDT-CEAU-FAUP usam o PAA para medir o problema de habitação

Para além de aspirar a baixar em 20% o valor dos arrendamentos no mercado, o Programa de Arrendamento Acessível (PAA) serve para territorializar as dificuldades no acesso à habitação em Portugal e para perceber quais são as lacunas que é preciso preencher para assegurar este direito. Recentemente, esta análise foi divulgada a partir de uma parceria entre uma equipa de investigadores do MDT e o jornal Público, que teve como objetivo qualificar o debate cidadão. Partimos agora para a intensificação do debate académico, a partir da divulgação do documento que serviu de base para  estudo e que podem encontrar aqui.

Urbanização da Pobreza

Mestrado Integrado em Arquitectura, FAUP

Pretende-se com esta unidade curricular criar um campo de discussão teórica e prática em torno da espacialização da pobreza e das clivagens nesse processo de urbanização, das preocupações sociais no campo disciplinar da arquitectura e do urbanismo, assim como das limitações e potencialidades das políticas redistributivas, de interesse social e de gestão equitativa do ambiente construído.

Para tal, propõe-se aqui o estudo das disparidades nos processos de produção e gestão do ambiente construído, nomeadamente discutindo a visibilidade e o papel das faixas populacionais de menores rendimentos económicos, tanto focando nos contextos não-ocidentais (nas experiências da América Latina, Ásia e África) como nas áreas críticas dos contextos ocidentais (na evolução das políticas de interesse social e na sua situação actual).

Nestes contextos, assistimos ao enquadramento da escassez de recursos em mecanismos de gestão onde se multiplica o número e diversidade dos intervenientes (estruturas públicas de regulação do território e de interesse social, financiadores externos, agências internacionais, organizações não-governamentais, tecido local). Esta circunstância coloca o arquitecto/urbanista no papel de mediador e facilitador (e não na relação cliente – prestador de serviços).

Mais do que uma leitura histórica das diferentes abordagens ao planeamento urbano e regional, pretende-se dotar os alunos de ferramentas de leitura e problematização de projectos e políticas urbanas em contextos complexos e profundamente contrastantes, assim como de instrumentos práticos para o exercício profissional nestes enquadramentos paradoxais, promovendo o desenvolvimento de competências que permitam a cada estudante encarar desafios profissionais em contexto nacional e internacional.

As sessões de exposição de informação são completadas com visitas, sessões de discussão e aulas abertas com convidados. Cada edição da UC de Urbanização da Pobreza tem sido acompanhada de um Ciclo de Aulas Abertas com convidados externos, que partilham a sua experiência em diferentes contextos. Assim, em 2015-2016, foi explorado o Ciclo “Experiências no Grande Sul” e, em 2016-2017, o foco foi colocado nos “Processos participativos”.

O Ciclo de Aulas Abertas “Projectar para o (des)envolvimento local” (2018-19) procurou dar a conhecer e discutir experiências de projecto em que o envolvimento dos residentes e o desenvolvimento local constituíram prioridade e ferramenta de trabalho. Assim, através de um conjunto de arquitectos convidados, foram apresentados e debatidos os seus trabalhos realizados em vários contextos e territórios, como Portugal, Índia, Brasil e Guiné-Bissau. Estiveram em debate as potencialidades e desafios destas experiências, o seu impacto social e espacial, assim como o papel dos técnicos e dos residentes nestes processos.

Políticas Urbanas e Inclusão Social

Programa de Doutoramento em Arquitectura, FAUP

Qual é o impacto e as assimetrias socioespaciais decorrentes dos processos de urbanização, nos vários contextos geográficos e culturais? Que preocupações sociais, abordagens conceptuais e operacionalização das políticas (de desenvolvimento local, de habitação e de qualificação urbana) podem dar resposta a esses desafios?


Os objectivos deste Seminário residem nomeadamente em:

. discutir a ‘condição urbana’, a urbanização acelerada e os processos de transformação territorial e socioeconómica, a recente crise do planeamento e alteração de paradigmas das lógicas de crescimento às de decrescimento, a tática e a estratégia, assim como a multiplicidade de actores intervenientes nos processos de concepção e implementação de políticas e práticas de inclusão social;

. discutir a ‘condição urbana’, a urbanização acelerada e os processos de transformação territorial, a recente crise do planeamento e alteração de paradigmas (do crescimento ao decrescimento), a tática e estratégia da multiplicidade de atores intervenenientes;

. acompanhar o debate internacional passado e recente sobre as políticas urbanas e as disparidades sociais, em diferentes geografias, discutindo conceitos e autores, os seus contributos, influências, proximidades e práticas;

. discutir a precariedade na actualidade, os direitos e a sua legitimação, percorrendo processos de auto-produção e regularização da habitação, políticas de provisão e gestão pública de habitação, requalificação urbana, acções de participação e mobilização colectiva.


Este Seminário visa o desenvolvimento tanto de competências de discussão e fundamentação conceptual (que possam contribuir de forma alargada para a epistemologia dos estudos urbanos) como de análise e avaliação de práticas de intervenção no ambiente construído com impacto na promoção de equidade social.

Estudantes no PePOL

Estudantes a desenvolver teses no PEPOL:

:: João Gonçalves. ARQUITECTURA PARA O MAIOR NÚMERO. Uma estrutura de proximidade para o caso específico das ilhas do Porto

:: Jorge Guimarães. Habitat evolutivo. Uma estratégia de intervenção para as ilhas do Porto.

:: Paula Reis. Entre conhecer, fazer e transformar. A reabilitação das ilhas do Porto como mecanismo para a aprendizagem colectiva.

:: Sara Oliveira. DO TRATAMENTO À PREVENÇÃO – A Arquitetura como determinante social da saúde nas ilhas do Porto

:: Vitor Almeida. Os espaços não edificados como elemento com potencial estruturante da melhoria das condições de vida da população. O caso das ilhas do Porto.